quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012


Di bacadêla

O unicónio entou no bulaco da cama 
                      & sumiu
                                    no sonho

a lua quecente não tem mãe...

meu colá de coba binca na mocota

atás da loja tinha um monsto... fote... bavo.. qué me pegá.

a buxinha tá pidida no mato

popó machuca meu sonho

Cê viu o pum do céu?

Tem um au-au dançando na lua

Vô cota a falpa do meu ião

fapo bavo qué pilulito

Vamo bincá, di bidade?

(Joana VidaBoa, 02 anos)

Nota de acesso (ou prefácio interessantíssimo e inútil).
Minha filha, Joana, tem um hábito bastante poético: logo que acorda vai narrando coisas aleatoriamente, em ritmo compulsório. O pai bobo logo fica estarrecido com a desenvoltura de sua poetiza, e, uma vez, anotou rapidamente as falas dessa “narrativa automática” delirante. No mais, é interessante notar o ritmo da fala infantil, bastante poética, que reduz o idioma a uma série de rimas abundantes: mamá, côco, bincá,au-au, etc. Taí o estado de sonho desperto – ou talvez a infância como um sonho perpétuo.

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