mal se chega perto da garganta do
Danado & dois duendes entornam um mito. Mito mudo, vivido no tato. Se desce
as escamas da voragem & o solo escorregadio sorve nossa sombra qual surto & assusta ver grossas lágrimas
rochosas que escorrem aos montes. Sente-se o cheiro fresco de água - lá pela
metade da caverna - & se avista uns
olhos cintilantes azuis, serenos como o dilúvio. O devir de um tempo lento goteja
sem pressa, durante milênios. Exige que lancemos mão de algumas outras vidas
para experimentá-lo. Mas quando se chega ao fundo, os olhos azuis vertem uma
fonte & se nada... Minha companheira foi devorada pela Lagoa Azul & uma
sereia nasceu. Tempo depois, ao sair da caverna, fiquei espantado ao ouvir
aquela historiazinha chata de estalactite, estalagmite e outras asneiras pra
turista. Dá-lhe a fria cienciazinha de merda.... e muita fotografia