quinta-feira, 27 de setembro de 2012


mal se chega perto da garganta do Danado & dois duendes entornam um mito. Mito mudo, vivido no tato. Se desce as escamas da voragem & o solo escorregadio sorve nossa sombra qual surto       & assusta ver grossas lágrimas rochosas que escorrem aos montes. Sente-se o cheiro fresco de água - lá pela metade da caverna  - & se avista uns olhos cintilantes azuis, serenos como o dilúvio. O devir de um tempo lento goteja sem pressa, durante milênios. Exige que lancemos mão de algumas outras vidas para experimentá-lo. Mas quando se chega ao fundo, os olhos azuis vertem uma fonte & se nada... Minha companheira foi devorada pela Lagoa Azul & uma sereia nasceu. Tempo depois, ao sair da caverna, fiquei espantado ao ouvir aquela historiazinha chata de estalactite, estalagmite e outras asneiras pra turista. Dá-lhe a fria cienciazinha de merda.... e muita fotografia

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